A HISTÓRIA DO SAPATO
- Marco Antonio

- 20 de ago. de 2023
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A criação do sapato foi uma consequência natural da necessidade que o homem sentiu de proteger os pés do desconforto de caminhar sobre pedras e terra ou do perigo de pisar em um animal peçonhento. Pinturas feitas em cavernas na Espanha e no sul da França 10.000 anos antes de Cristo mostram que naquela época (Paleolítico) o homem pré-histórico já usava espécies rudimentares de sapatos feitos de palha e madeira, provavelmente o primeiro modelo da história do sapato.
Entre as ferramentas de pedra usadas pelos chamados homens das cavernas, há várias que serviam para raspar peles, o que indica que a arte de curtir o couro é muito antiga.
Na Mesopotâmia, região onde hoje é o Iraque, eram comuns os sapatos de couro cru, amarrados aos pés por tiras do mesmo material. Botas eram símbolos de alta posição social.

No Antigo Egito, os sapatos eram feitos de palha, papiro ou fibra de palmeira. As pessoas os usavam apenas quando necessário, levando-os consigo. E isso, claro, era um benefício apenas para os nobres: os faraós, por exemplo, usavam sandálias adornadas com ouro. Nos hipogeus egípcios, que eram câmaras subterrâneas utilizadas para sepulturas e que têm entre seis e sete mil anos, foram descobertas pinturas que representavam os vários estados de preparação do couro e do calçado.
Nas civilizações grega e romana, o sapato também começou a ganhar status de diferenciador social.
Os gregos lançaram diversos modelos e até criaram os primeiros calçados especializados para cada pé, direito e esquerdo. Na Grécia, os escravos eram publicamente conhecidos por não usarem nenhum tipo de cobertura para os pés.
Em Roma, o sapato era um indicador da classe social do indivíduo: os cônsules usavam sapatos brancos, os senadores usavam sapatos marrons presos por quatro fitas de couro preto amarradas com dois nós e as legiões usavam uma espécie de botas entrelaçadas de cano curto que descobriram seus dedos; composto por solados estruturados com tiras de couro amarradas nos pés ou nas pernas, como pode ser visto nos afrescos. Mas a construção era rudimentar e o design pouco atraente.
É da cultura muçulmana que se origina o conceito de calçado tal como o conhecemos hoje. Com a introdução da cultura árabe na Idade Média na Europa, o uso de materiais diferenciados, a cor do couro, as costuras trabalhadas e o design refinado deram origem a diferentes e inovadores tipos de calçados, baseados no tênis integral com fechamento das costuras na parte superior, usado por homens e mulheres.
Já no século XVI na França, na corte de Luís XIV, os saltos eram objetos exclusivamente masculinos, símbolo de ostentação e riqueza, onde os homens usavam saltos muito altos. O rei Luís XV, devido à sua baixa estatura, encomendou sapatos de salto alto.
A padronização da numeração é de origem inglesa. O rei Eduardo I foi quem padronizou as medidas. A primeira referência conhecida à fabricação de calçados na Inglaterra é de 1642, quando Thomas Pendleton forneceu 4.000 pares de sapatos e 600 pares de botas ao exército. As campanhas militares desta época iniciaram uma demanda substancial por botas e sapatos.
Os calçados manufaturados começaram a aparecer durante o século 18, no início da Revolução Industrial. Em meados do século 19 começaram a surgir máquinas para ajudar na fabricação de calçados, mas somente com a máquina de costura o sapato se tornou mais acessível.
A partir da quarta década do século XX, grandes mudanças começaram a ocorrer na indústria calçadista, como a passagem do couro para a borracha e materiais sintéticos, principalmente nos calçados femininos e infantis. Atualmente, algumas marcas de calçados são símbolos de status social, remetendo às épocas egípcia, grega e romana.


